quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Pos(h)ta
Nesse sítio onde te encontras, vejo as tuas novas fotografias. As mãos nos bolsos, o sorriso conciliador, novo corte de cabelo. E no lugar onde as tuas pestanas de cima se entrelaçam com as de baixo, ainda me pareces triste.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Promessa
Hei-de estar em Lisboa no fim-de-semana prolongado para um evento científico liricamente apelidado de Jornadas de Outono.
(A trovoada atingiu-me como um raio.
Sim, eu preciso mesmo de férias)
(A trovoada atingiu-me como um raio.
Sim, eu preciso mesmo de férias)
sábado, 26 de setembro de 2009
As duas estações
No tempo em que ainda havia estações, eu invejei longamente um amigo que nasceu no primeiro dia da Primavera. Agora não. Se houvesse estações e eu pudesse escolher, nascia no Outono e morria na Primavera.
Anualmente.
(é que eu que sou de Verão estou cada vez mais nos intermédios, no cair e no rebentar da folha)
Até aos 30 tens a estação que deus te deu, depois tens a que mereces?
Anualmente.
(é que eu que sou de Verão estou cada vez mais nos intermédios, no cair e no rebentar da folha)
Até aos 30 tens a estação que deus te deu, depois tens a que mereces?
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Telepatia
Eu, que quase não acredito em nada.
Ando com telepatia.
(apanhei a telepatia como uma constipação)
É muito misticismo para uma pessoa só.
(atchim?!)
Ando com telepatia.
(apanhei a telepatia como uma constipação)
É muito misticismo para uma pessoa só.
(atchim?!)
Aforismo de deitar por cama
Diz-me com quem dormes, dir-te-ei quem és.
Mas quem és tu afinal quando não dormes com ninguém?
Mas quem és tu afinal quando não dormes com ninguém?
domingo, 20 de setembro de 2009
Requiem por um badego
Assim se finou sem um pio
Um passarito pardo
Estrangulado nos feitios
De uma cadeira de verga.
Um passarito pardo
Estrangulado nos feitios
De uma cadeira de verga.
sábado, 19 de setembro de 2009
This is work
Conversa de corredor. discutir o SNS português e internacional. a injustiça do prémio Nobel da Literatura. penteados.
(até aqui chegou o descontentamento por uma estúpida franja)
(até aqui chegou o descontentamento por uma estúpida franja)
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Primeiro postal de Outono
Eu hei-de entrar no Outono como uma planície devastada pela insolência do Verão.
Eu hei-de entrar no Outono de mansinho e com um coração indisciplinado.
Ou então há-de ser o Outono a entrar em mim.
Como uma melancolia calma da velhice.
Eu hei-de entrar de mãos vazias e com promessas.
Este Outono seremos para sempre pássaros indefesos.
Desolados por altas temperaturas.
E desolação não é sinónimo de desalento.
Eu hei-de entrar no Outono rapidamente.
Antes mesmo da sua chegada.
Com uma Amélie perplexa a espiar-me de algures.
De um espelho embaciado de vapores.
Eu já entrei no Outono.
(Com Histórias do Bom Deus
Ou qualquer engodo semelhante)
O pessimismo de Antero é mais alegre que o
seu optimismo e a sua fé mais desoladora do
que a sua descrença.
Fernando Pessoa
Eu hei-de entrar no Outono de mansinho e com um coração indisciplinado.
Ou então há-de ser o Outono a entrar em mim.
Como uma melancolia calma da velhice.
Eu hei-de entrar de mãos vazias e com promessas.
Este Outono seremos para sempre pássaros indefesos.
Desolados por altas temperaturas.
E desolação não é sinónimo de desalento.
Eu hei-de entrar no Outono rapidamente.
Antes mesmo da sua chegada.
Com uma Amélie perplexa a espiar-me de algures.
De um espelho embaciado de vapores.
Eu já entrei no Outono.
(Com Histórias do Bom Deus
Ou qualquer engodo semelhante)
O pessimismo de Antero é mais alegre que o
seu optimismo e a sua fé mais desoladora do
que a sua descrença.
Fernando Pessoa
Subscrever:
Mensagens (Atom)