quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O eterno amoroso

Ao jantar

experimentando a cozinha regional
- eu vestindo riscas com ar bastante bretão-
entre escargots aux fromage e vinho tinto
Tagarelamos.
A nova musa atende o telefone enquanto pica um pratinho de miúdos de anho.
Chamámos-lhe H. number two sem maldade, é homónima da antecessora.
Fala em espanhol.
O eterno amoroso perguntar-me-á em jeito semi-retórico, como quem quer provocar uma reacção:
- Sabes com quem fala? Com o marido.

Alheia à problemática da pobreza na Bolívia, da imigração ilegal e do prazer da bigamia, eu responderia, rimando, antes de retomar o maigré de canard:
E depois?
Incomodam-me bem mais os órgãos que come
Do que o número de homens com quem dorme.

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