Para C.
(a minha Mãe)
Quando eu era tão pequena que quase não era gente
a minha Mãe vinha embalar-me com música e festinhas
A minha música preferida era a das pombinhas
Qualquer coisa como
As pombinhas vão voando
voando vão à porfia
a ver quem chega primeiro
aos pés da Virgem Maria
Todas as vezes que eu pedia à minha Mãe para a cantar
ela respondia
Mas tu choras.
Eu prometia que não, claro.
Sempre que a minha Mãe chegava a
Foi tão grande a minha pena
ao vê-lo tão pobrezinho
que as lágrimas dos meus olhos
lhe molharam o bercinho
eu soluçava sem parar
(ainda hoje me emociono)
Se existiu em mim crença divina
foi nesse Menino Jesus pobre através do qual a minha Mãe moldava
no meu egoísmo infantil a semente do dever da consciência social.
- Vês, Geor, há meninos que não têm brinquedos como tu, que não têm roupinhas.
- É tão triste.
- Vamos dar-lhes alguns dos teus?
- Dos meus não. Compramos uns novos.
(a minha Mãe)
Quando eu era tão pequena que quase não era gente
a minha Mãe vinha embalar-me com música e festinhas
A minha música preferida era a das pombinhas
Qualquer coisa como
As pombinhas vão voando
voando vão à porfia
a ver quem chega primeiro
aos pés da Virgem Maria
Todas as vezes que eu pedia à minha Mãe para a cantar
ela respondia
Mas tu choras.
Eu prometia que não, claro.
Sempre que a minha Mãe chegava a
Foi tão grande a minha pena
ao vê-lo tão pobrezinho
que as lágrimas dos meus olhos
lhe molharam o bercinho
eu soluçava sem parar
(ainda hoje me emociono)
Se existiu em mim crença divina
foi nesse Menino Jesus pobre através do qual a minha Mãe moldava
no meu egoísmo infantil a semente do dever da consciência social.
- Vês, Geor, há meninos que não têm brinquedos como tu, que não têm roupinhas.
- É tão triste.
- Vamos dar-lhes alguns dos teus?
- Dos meus não. Compramos uns novos.
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