terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mulher de 30 anos

No meu caminho para a maturidade
Houve um cabelo branco que arranquei de vez
Confesso, continuo vigilante
(ainda não o vi renascer)

Ao espelho há duas rugas verticais
Persistentes no franzir do sobrolho
(besunto-as com creme todas as noites)

Já não falo nos sulcos nasogenianos
Antes conformar-me
e marcá-los com gargalhadas

São rugas de expressão, não vão desaparecer
anima m.
(encorrilhando
 a sua testa à vez)

Resta-me o consolo de alta fertilidade
Que, com ancas destas,
Hei-de ser com certeza
Uma deusa da fecundidade. 

1 comentário:

Anónimo disse...

daqui a muitos anos, ao ver essas rugas irei perguntar-te: "lembras-te?"

;)

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