domingo, 8 de setembro de 2013

Saudades

Não havia problema sem solução
e sabíamos que nem todos iriam gostar.
mas pouco interessava, tua vontade
(que era nossa alegria e nem sabíamos)
Pontificava.

Moviam-se montanhas, levantavam-se mortos
numa ginástica acrobática que não poupava ninguém.
Conseguias, criteriosamente, o que querias.
Porque querer é poder.

Prática? Muito prática.
Mas o pó-de-arroz, o batom vermelho carmesim...
Como gostava!
Estou chic? - perguntavas.
Très chic - respondia enquanto enlaçavas a raposa.

No carro ias-me contando os planos, segredos nossos.
Sempre a magicar entre o Ser e o Devir.
Como estavas a organizar, como iria ser.
Sabes quem somos? - Perguntarias hoje.
Temo não saber responder-te.

Na praia os escaldões eram certos; pouco importava.
No campo, com água e sal, junto à lareira curavam-se arranhões.
Cebola de Amarante, vinagre e sal.
Bolacha Maria, manteiga e cevada para os lanches invernais.
Roast beef e até a lampreia, meu Deus!
Tudo isto é felicidade.

Já somos poucos e eu nem sei se Sou.
Resta um, certo, que hoje luta contra tudo o que nunca foi:
os próprios medos ou os medos próprios.
Que falta fazes por aqui...

Hoje tenho saudades tuas.

P.S. Também hoje a Zefa Velha começa uma nova aventura. Estou certo que continuas a mover, e a fazer mover, os nossos corações.


1 de Março de 2013

1 comentário:

Geor disse...

já conhecia este. muito bonito.