segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Bident

O meu Tio tinha uma prótese dentária que lhe compunha o riso.
Durante a noite, ficava boiando no copo-dos-dentes, que era cor-de-laranja. De dia, quando andava mais sisudo, andava guardada no bolso das calças, embrulhada no lenço-de-mão, como à espera de ocasião mais cómica. Em altura de seriedade, talvez ao assoar-se, perdeu esses dois dentinhos. Dias mais tarde, enquanto conversavam, a minha Mãe e a minha Tia deram com os dois dentinhos caídos na berma do passeio. Ena! exclamou o meu Tio, abrindo um grande sorriso.

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