Fizeste anos e eu lembrei-me de nós.
Quando foste uma fada, vestida de branco e de varinha em riste e eu de punk, a levantar-te a saia.
Quando achava que ser punk era vestir-me de gangas com os óculos de sol da minha Mãe.
E lábios às cores.
Vermelho e preto.
Quanto tempo já passou desde que te obriguei a ir correr no parque de raquete em punho?
Atrás de rapazes.
Lembrei-me de nós.
Quando tu só sabias assobiar ao contrário.
Para dentro.
(Hoje assobiamos no escuro)
Eu a queixar-me de não gostares de gatos.
E tu, anos depois, a co-habitar.
- Mas se elas fugirem, nem penses que pego nelas.
Do teu livro preferido:
- Ariana, rapariga russa.
O teu passatempo inconfessável aos 8 anos:
-Passar a ferro.
E que já gostaste de novelas venezuelas dobradas.
- Estrelinha, a pobre coitada que cegou.
Lembrei-me de nós agora.
Eu em cinzentos.
Desintegrações cíclicas mensais.
Tu mais preto e branco.
- Massa com atum.
Na cozinha.
Dos ajustes da amizade:
- Eu aprendo a emprestar livros se tu aprenderes a emprestar filmes.
O teu risinho mordaz.
-Precisas de um harém?
O nosso riso junto quando me declarei:
- Em fase pró-homem.
Lembrei-me de ti adolescente enlevada.
Em Paris, à procura da rua onde o Jean-Paul Belmondo foi assassinado com um tiro no fundo das costas.
À queima-roupa.
- Aquela conversa de cama é maravilhosa.
Teremos tempo para chegar aos sete amantes?
Um dia vamos ter uma conversa igual.
Entretanto, tens sempre os meus chás de tudo.
Trazes-me supremas de chocolate?
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