sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As mesmas saudades II

Para L

O rapaz cresceu e é quase um homenzinho.
Quando caço. Vou sozinho. Caço perdizes. Para comer.
Diz foda-se foda-se sem olhar que há raparigas.
A graça é que estás tu também no rapazinho.
Nada a fazer. A loucura é familiar.
E quando rimos de maldade. Ele diz.
Estamos a rir-nos da mesma coisa, não estamos?
Sim, estamos. E estás bem bonito rapazinho.
Eu não sei o que nos aproximou no início.
A ideia de sermos primos nunca convenceu ninguém.
Talvez a ternura que entendemos no desprendimento.
Comovemo-nos com velhotes que se apaixonam.
E ao dizeres As mesmas saudades.
Eu sei que cabem aí de facto.
Muitas saudades.

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